Comidas favoritas: Bowls

Um prato de arroz, feijão, carne e salada é o padrão no Brasil, e eu amo. Quando cheguei no Canadá descobri que qualquer prato que tem arroz como base, molho, vegetais e carne por cima, se chama "bowl", porque é perfeito pra ser servido numa tigela. É a típica comida-conforto que nunca falha. Quase todo restaurante aqui tem a sua versão e eu amo provar as várias combinações de cozinheiros de diferentes lugares do mundo. Meus favoritos até agora são:

Hankki Korean - coreano: Arroz de sushi, alface em tiras, bife cozido fininho, cenoura em tiras finas, e molho picante

The National - canadense: Arroz branco, kale (tipo couve-manteiga), edamame, pepino em cubinhos, abacate, coentro, molho de maionese e tofu crocante

Salt & Pepper - mexicano: Arroz, feijão preto, abacate, salsa, coentro, milho e carnitas (carne de porco)

Hula Poke - havaiano: Arroz de coco, cubos de salmão cru, edamame, pimentão vermelho em cubos, coentro, coco seco, kale e molho de abacaxi e coco

Sugestão de filme: Dinner for Schmucks, 2010

Numa quinta de bobeira, decidimos ver esse filme no Prime, provavelmente por causa do Steve Carell. Conta a história de uma amizade improvável, envolvida em funcionários snobs, romances malucos e desafios sem-noção. Eu diria que é razoável e provavelmente eu não recomendaria. Chega um ponto que o protagonista é muito irritante. Apesar disso, tem um diálogo muito especial em que o amigo chato fala que realmente soube o que a esposa pensava dele quando a ouviu falando sobre ele nas suas costas. Isso me deixou pensando sobre como não somos verdadeiros com as pessoas ao nosso redor, sendo covardes o suficiente para criticarmos quando não tem ninguém olhando. E, não posso negar, que o outro highlight são os cenários muito fofos feitos de ratinhos, que me lembraram muito do Fantástico Sr. Raposo, do Wes Anderson.

Secret Style Icon: Delia's

Não lembro ao certo quando e onde vi esses catálogos pela primeira vez, mas nos meus vinte e poucos eu amava navegar por esses catálogos e imaginar o tanto de coisas legais que essas "personagens" deviam fazer. As roupas me dão essa exata impressão de que elas estão prontas pra sair e aproveitar o dia. E não só porque são roupas confortáveis e práticas, mas as estampas e cores expressam o jeito de uma garota super alegre e outgoing. Apesar de gostar de moda, eu sempre acabei escolhendo um estilo mais básico, inclusive quando eu era adolescente, mas eu amaria me vestir como as meninas desse catálogo! Tirado a parte das roupas largas, sempre que vou na Old Navy ou mesmo no brechó, procuro por esse estilo: peças básicas e muito coloridas! Eles também vendiam sapatos, acessórios, bolsas e itens de decoração... Tudo com esse estilo colorido e divertido que parece ter saído de um seriado adolescente dos anos 90.



Delia's catalogs:

Fotos Analógicas: Maria Augusta

Maria Augusta é uma ilustradora de Santa Catarina que usa câmeras analógicas pra tirar fotos dos seus passeios, amigos e outras coisas comuns do seu dia-a-dia. Numa época em que o mais comum é tirar múltiplas fotos iguais para escolher a melhor, fico encantada quando alguém consegue tirar uma única foto que fica linda. Normalmente os fotógrafos sugerem que, antes de tirar uma foto, a gente olhe pra uma cena e imagine como é a imaem que queremos. As câmeras digitais tornam isso muito mais fácil, mas infelizmente tira a parte da imaginação que, na minha opinião, é o que torna uma cena qualquer em uma foto especial. As fotos dessa moça representam exatamente isso pra mim!

flickr.com/MariaAugusta

Tex-Mex

Na primeira vez que fomos comer na casa de um canadense o cardápio era Tex-Mex. Depois de ter crudités de entrada, nossas expectativas estavam bem baixas quanto ao prato principal. Mas naquele jantar conhecemos algo que cozinharíamos muitas e muitas vezes. Não confunda com burritos ou tacos mexicanos, porque na verdade é uma versão norte-americana desses pratos tradicionais. Além de delicioso, é ideal pra alimentar muitas pessoas sem ter que recorrer a opções menos saudáveis. Aqui é muito fácil encontrar todos os itens prontos no mercado, mas se você mora no Brasil e tem acesso a abacate gosto, por favor, faça sua própria guacamole.

De base, use tortillas ou tacos de milho. A carne pode ser porco desfiado, carne moída ou frango moído; bem temperados com bastante pimenta. Os molhos mais comuns são guacamole (abacate, tomate, cebola, limão e coentro), salsa (uma salada apimentada de tomate, cebola e coentro) e sour-cream (que é igual a iogurte sem açúcar). Os toppings são alface em tirinhas, queijo mussarela e cheddar ralado, tomates, milho e refried beans (tipo tutu de feijão).

Sugestão de filme: Triangle of Sadness, 2022

Assistimos esse filme no Prime por sugestão de um amigo que sempre sugere filmes que nos fazem pensar. Vimos o trailer e já gostamos da ideia de ver algum tipo de crítica a indústria da moda. Qual foi a nossa surpresa ao chegar no fim e ficarmos dias conversando sobre as maluquices e perversidades do homem moderno - que talvez nem sejam tão diferentes das tribos mais rudimentares da humanidade. O filme conta a história de alguém que segue em tudo as imposições da moda e da sua classe social, até que isso esmaga o seu lado mais humano. O final é excelente e original, nos deixou teorizando por horas. As ironias, as críticas, o roteiro e o enredo são sensacionais - fora do comum sem dúvidas. Outro highlight é a atuação do protagonista, que já na cena do ensaio de moda - que aparece no trailer - me chocou com sua capacidade de fingir ser alguém totalmente diferente em milésimos de segundos. Certamente recomendo, mas com cuidado, algumas cenas são muito pesadas e um pouco chocantes. O que eu menos gostei foi que esse filme estragou meu fascínio por revistas de viagem! Não tem como ver uma foto de hotel de luxo e não pensar na podridão que esses lugares lindos tentam esconder.

Playlist: River

Conheci a música River, de Leon Bridges (2015) em um seriado, que felizmente não lembro qual era, porque não era muito bom. O seriado não era cristão, mas essa música fala sobre alguém que tem se distanciado de Deus e agora quer encontrá-lo. Como alguém que quer ser levado por um rio de correntes fortes. Não que o rio vá levá-lo ao destino, mas o próprio rio é o destino. Na época que ouvi essa música, um amigo nosso nos falava constantemente, às vezes com lágrimas nos olhos, que o rio de Deus - mencionado no livro de Ezequiel - estava bem na nossa frente. Era nossa decisão molhar apenas os pés, ou os joelhos, ou entrar em um ponto profundo de entrega total. Em outros trechos da Bíblia Jesus fala que é a fonte de águas vivas, que de um modo milagroso fluirão do nosso interior deserto e sedento. Essas e outras reflexões me fizeram lembrar de músicas que falam do rio de Deus, dessa fonte que achamos nele. E pouco a pouco fui montando essa playlist, que amo. Playlist no Spotify: River

Tapeçaria: Berit Engen

Em uma das edições da Rookie, a Tavi Gevinson falou da tapeçaria que a mãe dela faz, inspirada pela Torah. Ela é uma judia, que foi da Suécia pros Estados Unidos, e por meio da tapeçaria ela expressa essa parte importante da sua história. De primeira não entendi muito bem, porque são imagens abstratas, mas conforme fui lendo as descrições, fui entendendo um pouco mais o que cada tapete representava. A série sobre a história de José foi a que mais gostei, provavelmente porque foi a que eu entendi melhor. Essa história foi contada com palavras, sem muitos detalhes, porque o "público-alvo" já conhecia bem os costumes e dinâmica ao redor dos acontecimentos. Mas pra mim, sempre foi um pouco difícil imaginar os eventos sem recorrer a algum desenho ou filme sobre a história. Vendo os tapetes dela eu também não tenho muitos detalhes, mas de alguma forma ela transmite o sentimento.

BeritEngen.com

Restaurantes favoritos: Midori

Há algumas semanas, recebemos um casal de amigos na nossa casa e eles sugeriram que pedíssemos sushi de um restaurante japonês com cara de autêntico chamado Midori. Como não posso comer peixe cru por causa da gravidez, vou descobrindo as maravilhas do sushi vegetariano, ou com Kani. Eu pedi um sushi chamado "caterpillar", feito com pepino e Kani, coberto com uma fatia finíssima de abacate e molho de manga. E pedi também o "Green Mango", feito com pepino e aspargos, coberto com uma fatia de manga. Os dois eram muito deliciosos! E lindos, pena que não tirei uma foto. O primeiro realmente parecia uma lagartinha.

Sugestão de filme: The Holdovers, 2023

Encontramos esse filme na página inicial do Prime, a ideia de um filme moderno ter a estética exata de filme dos anos 70 nos conquistou. As cores, os cenários, as roupas e os diálogos são excelentes e muito bem feitos. Mas não é só isso que o torna um favorito, a história em si é ótima. É um filme muito bonito sobre entender melhor alguém que já julgamos conhecer completamente. Mesmo nós, espectadores, achamos saber tudo de cada personagem nas primeiras cenas. Mas com o desenrolar da história, a intimidade e a história de cada uma vai se abrindo. Me lembrou muito Ensina-me a Viver, outro filme sensacional dos anos 70, porque mistura diálogos engraçados com temas sérios e dolorosos. É um filme excelente e certamente recomendo. Não consigo pensar em algo que não gostei. Fiquei super feliz de saber que a atriz que interpretou a colega dos protagonistas ganhou um Oscar. Sem dúvidas é a personagem mais admirável do filme e que, seja com piadas ou em silêncio, nos toca profundamente.