BK

Pra iniciar o ano, fomos almoçar no Burger King, um dos fast-foods que a gente mais gosta e que é super raro aqui na nossa cidade. Fomos com uma super expectativa de comer um mega whopper num restaurante que nos lembrasse da nossa época de ouro em 2012 passeando nos shoppings de Fortaleza. Infelizmente, não foi como imaginamos. O hambúrguer parecia ter sido feito por um funcionário que não estava feliz de trabalhar no primeiro feriado do ano, mas ainda gostoso. O local foi reformado e o estilo colorido foi substituído por um estilo moderno, minimalista e sem graça. O que salvou foi a música ambiente: um série de sucessos de 2012! Nosso almoço nostálgico foi salvo. Mas foi o suficiente, acho que esse será o primeiro e único BK do ano.

Feliz ano novo!


Uma das minhas resoluções de ano novo pra 2025 é escrever mais sobre o que vivi ao longo do ano. Enquanto eu fazia a retrospectiva de 2024, percebi que mal lembrava de várias coisas legais que fiz nesse ano. Foi olhando as fotos no celular que lembrei de dias especiais que se perderam no meio de datas mais memoráveis, como o nascimento da Mimi! Como fiquei feliz de relembrar desses dias comuns! A Rebeca falou que a mesma coisa aconteceu com ela, que só quando ela deu uma olhada nas fotos desse ano que ela relembrou de muitos dias preciosos. Eu costumo escrever diariamente sobre meu dia, meus sentimentos, meus dramas... Chega o fim da página e não sobra espaço pra falar do dia que comprei Kit Kats japoneses em Canmore, ou do último dia de verão que a gente passeou com a Mimi no bairro, ou da vez que a gente fez pizza caseira pela primeira vez. Por mais que às vezes eu questione a utilidade ou a importância de um blog, acredito que seja um lugar ótimo pra escrever sobre dias assim.

O primeiro dia especial desse ano foi a virada, que foi a mais inusitada de todas, pois eu estava com minha filhinha! Nossa igreja organizou um banquete - sério, era um banquete mesmo, tinha até queijo brie e cream cheese de damasco de entradinha, coisa fina. A maioria dos nossos amigos estavam lá, teve um louvor super animado, uma palavra sobre o amor de Deus que nunca muda, e uma comemoração na virada bem brasileira cheia de animação e abraços. E uma vaia cearense da minha parte. Foi tão legal! Fazia muitos anos que eu não celebrava o ano novo assim.

As músicas que a gente cantou foram: Because He Lives, Great Things do Phil Wickham, Holy Forever, Every Step do City Alight e This is Amazing Grace do Phil Wickham. O versículo que o pastor leu foi Romanos 8:28. As músicas e a palavra me fizeram lembrar de algo que o Darrow Miller falou: a ressureição de Jesus foi transformadora, porque tirava dos discípulos o medo da morte. O que quer que aconteça na vida de um cristão, jamais vai separá-lo do amor de Deus. A morte foi tragada em vitória! Que reflexão poderosa para começar o ano.

Pra terminar, fomos pra casa sob uma tempestade de neve forte e silenciosa. Curiosa pra saber o que essa cena de abertura diz sobre esse novo ano. Feliz ano novo!

Regresso ao amor

Assisti The Good House (2021) por causa do Kevin Kline e da locação na praia. Gostei do cenário, da trilha sonora, das referências a cultura moderna, das piadas, da Sigourney Weaver (não paro de repetir esse nove na minha cabeça)... Menos do filme. A quebra da quarta parede não é natural e os comentários que ela faz são até dispensáveis. Tirando a protagonista e dois velhinhos, o resto inteiro do elenco é super chato, desagradável e arrogante. A trilha sonora é ótima, mas são músicas muito "épicas" usadas em cenas com pouca emoção. Não diria que foi uma perda de tempo, porque a protagonista é muito legal e parece ser a única pessoa com os pés no chão, mesmo que todo mundo ao redor tente dizer que é a mais problemática. E o cenário... Ah o cenário! Uma das coisas que mais me encanta nos filmes é como o ambiente é decorado de um jeito que conta parte da história. Nesse filme então, eu só conseguia me imaginar morando numa daquelas casas lindas. Mas só imaginar, porque a vizinhança... Uó.

Sra. Henderson Apresenta

Domingo passado assisti Mrs Henderson Presents (2005), escolhi por causa da Judi Dench. Foi legal assistir sem ler a sinopse e ser surpreendida com o desenrolar da história. Fiquei empolgada por saber que era baseado em uma história real. Justamente por isso, me parecia tão impressionante algumas escolhas da Senhora Henderson, não dava pra acreditar que uma viúva da sociedade britânica compraria uma teatro ao invés de joias e que usaria uma das estratégias de marketing mais chocantes de todas. Apesar de suas decisões serem moralmente questionáveis, gostei de ver uma mulher forte, decidida, que não se amedronta com facilidade. Ao mesmo tempo, romântica e sonhadora. Quando a amiga sugere que ela escolha um hobbie como bordar ou participar de caridades pra passar o tempo, ela reage com o tédio de um mulher a frente do seu tempo. Talvez viver na Índia, em contato com uma realidade que não passa nem perto dos contos de fada, a tornou assim? A ideia do filme gira um pouco em torno disso, do por quê ela diferente das demais senhoras. Embora eu ache que na realidade, a morte do filho não teve nada a ver com o estilo do seu teatro, parece ter sido algo inventado pelo roteirista pra gente compreender suas escolhas. E que escolhas! O melhor do filme não é a Senhora Henderson, mas as peças teatrais. Que cenas lindas! Não gosto muito dos musicais mais modernos, mas depois de ver esse filme eu adoraria assistir um musical dos anos 30. A música, as cores, a dança... Realmente um espetáculo. Quando começa a guerra e o próprio teatro é bombardeado, fiquei um pouco chocada de imaginar quão cruel e dura era essa realidade. E como a arte trazia um brilho de alegria naqueles momentos de tanta tensão. Não é um filme favorito, mas gostei demais!

Minha querida dama

Há alguns anos, comecei a ver My Old Lady (2015) com minha sogra num domingo à tarde, mas achei sem graça e desisti logo nos primeiros minutos. Toda aquela problemática imobiliária inicial me deixou desinteressada. Bobagem a minha! Ontem eu assisti o filme todo e amei! Curiosamente, é o terceiro filme sobre drama familiar que assisto, mas nesse caso foi sem querer. Começa como uma comédia, mas segredos e sentimentos vão emergindo até que um romance totalmente inesperado acontece. Eu realmente não esperava por isso, mas fiquei toda boba vendo as cenas românticas, torcendo pelo casal. Além das cenas super lindas em Paris e das canalhices do protagonista que é muito engraçado, o que mais gostei foram as cenas em que dois adultos revelam, como crianças, suas dores que nunca foram curadas. Parece que ninguém pode escapar da dor que é ter pais que magoam e abandonam, mesmo quem vive a vida perfeita, em Paris ou em Nova York. Em um momento em que mãe e filha discutem, a senhora fala "you're not a child!" e a filha responde "I'm your child", o que me fez perceber que em relação aos nossos pais, uma parte nossa sempre vai ser uma criança. É isso que o protagonista escreve no final:

"You look in the mirror, and you see an adult. But you have to look more carefully. There's a big piece of you that never grew up. It may have grown tall, but not up."

Pra mim, a mensagem que ficou é que a vida vai ferir a todos e que a "cura" não está dentro de nós, mas dentro de alguém, com quem a gente vai viver esse amor intenso que há guardado em nós. Amei! Acho até que gostaria de ler o livro, deve ser muito bom!

O jardim secreto

The Secret Garden (1993) é o segundo na minha lista de filmes com a Maggie Smith. Já vi muitas vezes, desde criança, e sempre que tenho uma desculpa pra rever eu aproveito. Eu amo a história e o filme como um todo. A cena de créditos iniciais em que duas moças vestem uma menininha é totalmente mágica e misteriosa pra mim. O enquadramento, a composição, as expressões, as cores... Acho muito linda, como um quadro em movimento. As cenas no jardim também são maravilhosas! Me pergunto quanto trabalho deve ter dado pra montar aquele cenário cheio de rosas desabrochadas, de cores diversas. Será que existe no mundo algum jardim assim?

A história e o desfecho sempre me tocam muito, porque eu me derreto com dramas familiares que acabam em reconciliação. Acho isso muito bonito, não só em filmes, mas principalmente na realidade. Dessa vez, tentei prestar atenção em outras partes da história, como o menino rico. Quando ele fala que quer ir no jardim no dia seguinte, e depois e depois... Me identifiquei tanto! Conheço a sensação de desejar ficar alegre pra sempre. Também é encantadora a cena em que ele diz que entende como um menino pode ter o universo na garganta, por mais impossível que pareça. Com certeza o diálogo que mais gostei foi quando ele diz que queria casar com a prima, porque queria ficar com ela pra sempre.

"It's like the story, the whole universe is in here. I'm certain it is.

I could marry you. [...] I want us always to be together."

Ah!!!! Que lindo!

Minimalismo... Eeeeww

O minimalismo é uma das piores invenções da década passada, pelo menos pra mim. Minha vontade é dizer que odeio, abomino, odilho o minimalismo e seus gurus com todas as forças, mas tô evitando dizer palavras como essas. Então vou dizer que estou muito brava, comigo inclusive. 

Eu sei que tem gente que fica guardando lixo em casa, que quando a gente vive pra comprar é possível que nossa casa fique muito bagunçada. Mas será que não dá pra ensinar a dar uma arrumadinha? Precisa convencer as pessoas a jogar tudo fora? Aaaargh

Vamos ao fatos. Desde que li o livro da Marie Kondo e assisti aquele famoso documentário na Netflix eu fiquei doida. Passava o dia procurando coisas pra dizer muito obrigada e jogar no lixo, talvez na esperança de que eu iria achar a paz interior ou a alegria ou uma casa que nem na revista. O que achei no fim das contas foi uma constante sensação de "valha... O que aconteceu com aquele livro que eu gostava tanto na adolescência? Ah... Eu dei porque não tinha nada a ver comigo".

Que pesadelo!

Pode ser que eu vire uma acumuladora agora? Pode ser. Whatever. Não quero mais que me digam "nossa, você é bem organizada". Espero que falem nas minhas costas "vixe como a Brunna é bagunceira". 

Sim, meu filho! Eu tenho história!