Vez ou outra vem na minha mente a imagem da Amélie saindo de casa para a liberdade, arrumando uma casa simples com seu coração, cozinhando, indo pra casa do pai, satisfeita no trabalho, é um espécie de ideal. Parece individualismo, mas só a ideia de poder andar sozinha na própria cidade é pra mim uma expressão absurda de liberdade. Quem me dera. Todas as vezes que ando sozinha pelo campus da faculdade, me sinto segura, e sinto o que Amélie sentiu a ajudar alguém, só que melhor, só pelo prazer de não estar com medo.
Por causa de uma infância solitária, para Amélie o trabalho deve significar liberdade. Ser adulta não é o abandono de algo maravilhoso para algo tenebroso, mas totalmente o contrário, porque há muita beleza na liberdade de pensar sozinha e poder escolher seus próprios prazeres.