Coin purse

Qual seria a forma realmente bíblica de administrar nossa renda? Eu que adoro uma aula sobre educação financeira, dicas pra fazer um bom orçamento e livros sobre economia doméstica, percebi que tudo o que se fala sobre o assunto é na verdade ganância e balela. Talvez, de fato, a Bíblia ensine a guardarmos um pouco do que ganhamos para sonhos futuros, sobre ter uma reserva de emergência, sobre quitar dívidas, sobre viver apenas com o que ganhamos e todas as orientações que esses grandes gurus dão (que no fundo não passa de senso comum). Mas existem três eventos registrados na Bíblia que me marcam muito mais: Jesus falando pro homem rico dar tudo aos pobres (Mateus 19), Jesus falando que a senhora que deu a menor oferta na verdade deu a maior (Marcos 12), e o mendigo Lázaro indo para o céu (Lucas 16). Tem também dois aspectos interessantes sobre Jesus: ele nasceu num estábulo (Lucas 12) e, quando adulto, não tinha onde repousar a cabeça (Mateus 8). E algo similar sobre João Batista: ele comia mel silvestre e gafanhoto (Mateus 3) e era o maior profeta da história (Lucas 11). Tem também a orientação do profeta que diz para não gastarmos no que não é pão (Isaías 55). Jesus também falou algo que quase todo mundo sabe: que não devemos ajuntar riquezas na terra (Mateus 6) e que é Deus quem nos dá sustento (Lucas 17). Entre tantos outros escritos que eu resumo em: generosidade, generosidade e generosidade. Desprendimento também. Tudo o que aprendo com educadores financeiros não tem nada a ver com isso. Eles ensinam sobre acumular, gerenciar e multiplicar. Ao que me parece, é loucura e vaidade passar a vida tentando gerar e acumular riquezas. É ganância querer tudo pra si e não dividir com ninguém, principalmente se alguém ao seu lado precisa e não pode ter. Mas não tem muitos educadores financeiros ensinando a dar dinheiro com generosidade e desprendimento, isso seria loucura, ninguém quer ouvir isso. Fechamos a Bíblia como o jovem rico, religiosos e tristes.

Don't play with that

Até onde eu sei, os únicos brinquedos que são realmente divertidos: os fatais. - Don't play with that.

Planners e diários

Hoje eu percebi a satisfação que é anotar o que eu li ontem no meu diário. Ao contrário da desmotivação que sinto quando anoto tudo o que quero ler amanhã, ou durante o mês etc. Jesus fala que devemos nos preocupar com o dia de hoje e isso é tudo o que a gente consegue. Hoje entendi isso um pouco mais. Quantas vezes me inscrevi em "planos de leitura", comprometendo o meu eu do futuro a ler, sendo que não faz sentido nenhum querer tocar o amanhã enquanto ele não chegar. Tantos planos e projetos são anotados no meu planner e eu sempre esqueço que o "eu" do futuro pode não dar a mínima pra essas ideias. O que fica, às vezes, são listas de afazeres não concluídas, me enchendo de culpa e desapontamento comigo mesma.

O diário, por outro lado, é o máximo! Lá está escrito o que li essa semana, os projetos que realizei, as coisas que fiz e vivi. O dia do meu casamento, o dia que minha filha nasceu, as noites em claro... E revivo um pouco das sensações encapsuladas naquele dia. Até o relato de projetos falhados trazem uma sensação boa quando leio, porque (como Thomas Edison) eu tentei. Ao invés de planejar, organize. E como diria a Lana, continue escrevendo pra achar a solução.

Lunch

No Brasil, todo mundo sabe que o almoço é a refeição principal. É quando a gente come arroz, feijão, legumes e carne. Todo mundo também sabe que lunch em inglês significa almoço, e não lanche. Qual foi a minha surpresa ao descobrir que os norte-americanos não almoçam, eles lancham. Ora ora se lunch não é na verdade um lanche. Já vi gente almoçando barrinha de cereal, cereal, legumes crus, wrap, sanduíche, asinhas de frango, iogurte, vitaminas, torradas com patê, sanduíche de pasta de amendoim e geleia... Qualquer coisa que um brasileiro normalmente comeria às três da tarde. 

Os que querem ser mais saudáveis, costumam comer salada ou sopa. Os que já chutaram o balde, comem pizza, mac n' cheese instantâneo ou cup noodles. Se temos a Macabéa por miserável porque ela comia todo dia cachorro-quente, imagino que essa mesma imagem não tenha o mesmo impacto para os norte-americanos. E não é porque eles não têm dinheiro pra comer algo melhor, mas porque em geral eles preferem gastar o mínimo de esforço e tempo possível pra se alimentar. 

Tudo bem, eles podem não ter as melhores ideias de pratos gostosos, mas sem dúvida eles têm as melhores ideias de como se alimentar em 5 minutos ou toda a sua família em 15. Atualmente, eu cozinho todos os dias, almoço e jantar, então eu tenho meu banquete brasileiro diariamente. Mas em breve eu retorno ao trabalho e vou voltar a almoçar de segunda a sexta a mesma refeição que eu preparei no domingo.

Em Help! What's for Lunch? tem mais de 500 comentários com sugestões reais e saudáveis do que as norte-americanas ocupadas comem no almoço. Amei as dicas! Algumas delas são:

Sandwiches

  • Sourdough, roasted cauliflower and goat chesse
  • Toast and scrambled eggs
  • Grilled cheese
  • Hummus, cheese, avocado and tomatoes
  • Brie, apple and toasted sourdough
  • Cinnamon-raisin bread and almond butter
  • Ciabatta, pesto, tomato and mozzarella
  • Boursin, lettuce, cucumber, sprouts and tomato
  • Eggs on a bagel
  • Bagel, cream-cheese and salmon
  • Rye bread, smashed avocado, cherry tomatoes
  • Marinated tofu, hummus, greens, pickled onions, cheese, grated carrot, cucumber
  • Hummus, arugula or lettuce, pesto, tomatoes, chese, roasted red peppers

Others

  • Smoothie de peanut butter, powder milk or whey, frozen banana, frozen berries
  • Snack plate with crackers, pickles or olives, cheese, apple and pistachios
  • Dense bean salad
  • Quinoa salad with cucumber, abocado, chicken or eggs

Presentes

Chegou a época de comprar enlouquecidamente. Chegou a época de procurar enlouquecidamente ideias do que comprar para presentear. Antes de casar e mudar de país, minha família facilitava o processo de dar presentes com o amigo secreto. Aqui, eu não tenho como dar presente a todas as pessoas especiais pra mim, pois são muitas. Quando tinha 16 anos, tive a ideia de fazer meus próprios chocolatinhos natalinos e dar um pacotinho pra cada amigo ou familiar. Eu tinha achado a ideia genial, até descobrir que presentes feito à mão também são caros. No fim, não dei nada pra ninguém.

Percebi que presentes, aqueles que deixam qualquer pessoa alegre, ao que me parece, são caros: flores, joias, chocolates, bebidas, uma tábua de frios bem sofisticada.

Se eu for próxima da pessoa, pode ser que eu tenha mais detalhes do que ela gosta de verdade e consiga dar algo menos genérico. Perfumes podem ser um péssimo presente, mas se você sabe do que a pessoa realmente gosta, é algo maravilhoso de se ganhar! Um quadro bem bonito com uma foto especial da pessoa é outro presente lindo! Vi essa ideia no filme The Family Stone (2005) e até hoje estou sonhando em ter minha foto grávida num quadro belíssimo. Pra quem gosta de cozinhar, um ingrediente muito fino que vem em vidros minúsculos é tudo de bom, ela vai apreciar cada pedaço.

Agora, presentes ruins são: livros, roupas, quebra-cabeça, cadernos ou canetas, objetos de decoração, qualquer item engraçadinho e de material barato tipo plástico que é totalmente dispensável. Tem também os presentes que eu provavelmente não pensaria em dar, mas já vi que algumas pessoas amaram: jogos, pijamas, cobertores, um sweater (claramente essa lista é pra quem mora no frio...).

Presentes bons são inúteis, mas são lindos. São coisas que ocupam pouco ou nenhum espaço na vida da pessoa, caso ela não goste. São coisas que todo mundo aprecia, mas que por ser caro a gente raramente gasta com a gente. São coisas que têm um tom de preciosidade, que é raro, único ou buscado de muito longe. É um jeito simbólico de dizer "você merece o que há de mais precioso e estimado na terra!".

Mise en place

Assisti Deck the Halls (2006) pra dormir, e dormi mesmo, nas duas vezes que tentei ver. Mas antes de pegar no sono, as cenas da Kristin Davis (a atriz que representa personagens americanos "perfeitos") cozinhando me deixaram sonhando. Normalmente, quando cozinho parece que todos os barulhos, alarmes, músicas, gritos de bebê e sons estridentes começam a tocar; tudo cai no chão, os utensílios estão sujos ou perdidos, minha roupa fica com cheiro de cebola e manchada de molho de tomate; o caos é tão grande que quando sentamos pra comer, o silêncio é gritante. Ver essa personagem cozinhando de blusa branca (e não só uma blusa, mas um casaquinho também), numa cozinha silenciosa, com frutas e legumes frescos ao seu redor, alegremente conversando com o marido enquanto cozinha me fez pensar se, pelo menos uma vez, eu poderia, pelo menos um pouco, cozinhar com a mesma tranquilidade. Sim, eu sei que isso é só uma cena inventada e totalmente montada pra nos enganar. Mas sonhos são assim.

Amanda

A Amanda é uma colega que conheci pela internet em meados de 2010. Ela tirava umas fotos criativas e muito lindas na época do Orkut e eu fiquei chocada quando soube que ela era de Fortaleza. Anos depois, ela fez o mesmo curso que eu, na mesma faculdade, mas em horários diferentes, então a gente não se via mais. Nesse período, ela postou no seu perfil do Instagram fotos muito legais da faculdade e de outros lugares "sem graça" de Fortaleza. Eu amo a criatividade e o olhar dela! Algumas das fotos parecem ter sido tiradas pela protagonista do Labirinto do Fauno.

Lilian

Outra amiga de Fortaleza que tira fotos muito lindas pro Instagram é a Lilian. Gosto como parte das fotos no seu perfil são na antiga (e saudosíssima) Livraria Cultura. Eu também amava ir lá! Em meados de 2015, era onde a gente ia pra encontrar músicas e livros legais, ou só passar um tempo rodeada de livros! E as fotos da Lilian me trazem de volta esse sentimento tão especial. Entre outras coisas legais de se fazer na minha cidade, como ir ao cinema, observar a copa das árvores e o céu sempre límpido, ir na praia, ou simplesmente comer no shopping. Até a festa de fim de ano na praia ela conseguiu capturar de um jeito bonito que me deixou com saudade!

Brooke Fraser

What To Do With Daylight, da Brooke Fraser (2003) é um dos meus álbuns favoritos de todos! Daqueles que gosto de todas as faixas, inclusive a ordem delas. Na próxima data comemorativa eu poderia inclusive me dar isso de presente que iria ficar super feliz! Apesar de não gostar muito do estilo atual das músicas da Broke Fraser, esse álbum de 2003 tem a simplicidade e qualidade das músicas da época. E a leve vibe praiana de uma australiana. Eu amo!

p.s. acabei de perceber como o design do verso dos cds são lindos! Certamente algo que infelizmente a gente perdeu um pouco com o streaming. Me lembrou a cena de um filme em que a moça fala que ao baixar um cd na internet não dá pra baixar a caixinha, a arte da capa, as letras... Concordo totalmente!

Noelle dança

Noelle Dança

  1. Way to be loved, Tops
  2. So good at being in trouble, Unknown Mortal Orchestra
  3. Colder & Closer, Tops
  4. Jupiter, The Marias
  5. I don't know you, The Marias
  6. Hunnybee, Unknown Mortal Orchestra
  7. Casio, Jungle (com Little Dragon!)
  8. Busy Earnin', Jungle

Dando uma olhada no perfil do Spotify dew uma jornbalista paulista chamada Stephanie Noelle, encontrei umas músicas muito legais pra colocar na minha playlist de La La Lady (inclusive quero escrever um pouco sobre essa playlist depois, gosto muito dela!).

Fã de polaroids

Sei o quão o Instagram é nocivo e como a maioria das pessoas tem mais opiniões más do que boas sobre ele, mas eu preciso admitir que eu gosto muito dessa rede social. Apesar de os marketeiros e vendedores terem tomado conta do nosso feed com propagandas sem fim (entre outras coisas chatas de se ver...), eu gosto da ideia de que qualquer pessoa é capaz de capturar algo bonito e ter tudo isso reunido em um só lugar. Realmente o Instagram tornou prática a atividade de ter uma câmera, tirar uma foto, editar, imprimir/revelar e pôr em um álbum. Claro, um álbum de fotos na sua estante é muito mais legal do que um álbum no seu celular, que precisa de internet pra ser apreciado. Mas com o Instagram isso se tornou tão simples que, de repente, várias pessoas começaram a compartilhar pedaços de beleza. Eu não tenho palavras pra explicar como isso é genial! Eu gosto, especialmente, de ver a conta de meninas criativas de Fortaleza, porque me gusta perceber que tem coisas bonitas na minha cidade, que em geral é feia e descuidada. Talvez foram essas meninas e suas fotinhas cheia de filtro vintage que me fizeram gostar tanto da minha cidade natal e, mais ainda, me identificar com ela. A maior de todas e minha favorita é minha prima, que tem um olhar atento pra encontrar coisas bonitas. Sério, andar com ela em uma loja é abrir meu olhar e perceber a quantidade de roupas lindas que se escondem no meio de várias tendências esquisitas. Vou deixar algumas fotos dela de inspiração aqui, espero que com a ajuda do olhar apurado dela eu possa, eventualmente, treinar o meu!

Não apague...

"This writer that I know once told me this great thing. He said every five years he realizes what an asshole he was five years ago. Every five years like clockwork he goes "Man, I was such an asshole five years ago". So if we accept this that means everything we think and feel and say now in five years will just be... embarrassing."

[Happythankyoumoreplease (2010)]

Esse trecho é um dos meus favoritos, eu me identifico completamente e concordo com essa teoria. Há alguns anos, eu olhava pra esse blog com extrema vergonha. Mesmo que ninguém lesse minhas postagens, eu tinha um medo real de que alguém veria quem eu sou por dentro e riria de mim. Ou eu mesma ria de mim. Por isso apaguei a maior parte das minhas postagens, incluindo aí minhas próprias criações. Por que? Por vergonha... que motivo bobo. Pelo menos meus diários resistiram a esse sentimento.

A Fly Lady, uma das maiores motivadoras do destralhe, uma vez recebeu uma pergunta sobre o que fazer com os calendários depois que o ano acaba. Eu realmente imaginei que ela diria pra jogar fora, mas ela respondeu (meio irritada até), que eles não ocupam muito espaço e poderiam ser guardados. De fato, se eu, por 50 anos, tiver um calendário todos os anos, a junção de todos eles não é muito volumosa a ponto de não caber em uma gaveta.

Juntando essas duas reflexões, eu percebo que não deveria ter apagado muita coisas da minha adolescência. Primeiro, se isso me envergonha agora, após alguns anos essas mesmas coisas serão tesouros. Segundo, por mais que não tenha utilidade e pareça um amontoado de rubbish, se eu juntar tudo em um lugar não vai ficar tão bagunçado assim.

Por isso, por favor, não apague...

Minutos de sabedoria

Dentre as várias críticas ao Instagram, uma que me fez refletir hoje é aquela que em um story, respondendo uma caixinha de perguntas, não dá pra se dizer o suficiente. Costumo ver pessoas dizendo que em um story não conseguem dar respostas para dúvidas como "o que fazer para melhorar meus relacionamentos?", "como posso ser mais perseverante?"... E que pra obter essa resposta, o seguidor pode comprar seu novo curso. Não quero criticar essas pessoas por usarem essa estratégia pra vender algo, é uma profissão. Mas hoje percebi que na verdade, a sabedoria é tão simples que pode ser dita em poucas palavras, suficiente para caber em um story de Instagram. Algumas das respostas de Jesus têm poucas palavras e respondem a várias dúvidas profundas do ser-humano. Às vezes, são as pessoas que falam muito que dizem tolices e os demagogos que dizem mentiras.

O que tem na minha diaper bag

Essa bolsa eu comprei no brechó e por mais que seja uma mochila de notebook, eu tenho gostado mais dela do que das outras bolsas próprias pra bebê que ganhei. E ainda combina com meu estilo!
Nessa bolsa, levamos tudo o que a gente precisa pra trocar uma fraldinha. No bolso da frente vão paninhos, saquinho de lixo e um álcool em gel. Vi a Flávia Calina usando algo similar com seus filhos e imaginei que realmente seja uma opção mais prática.
No bolso de dentro, quatro fraldas, lenços umedecidos e pomada pra assaduras.
Essa bolsinha vem com um trocador junto que a gente usa bastante e nos permite trocar ela em qualquer lugar.
Levamos também uma bolsa com fraldinhas de pano, roupas extras e uma blusa extra pra mim. Essa mesma sacolinha tem um outro bolso em que a gente pode por roupa suja.
Minha carteira, onde levo documentos, chave...
Levo também uma garrafa com água, um cobertor, chupetas e um brinquedinho.