6.8.25

30 é a idade do sucesso

Como esperei por esse momento! Finalmente tenho 30! Lembro da minha mãe com 30 anos, eu tinha 7. Ela ia toda chic pro trabalho, e hoje meu estilo parece muito com o dela. Eu finalmente cheguei numa idade em que pessoas com 20 e poucos me acham antiquada e se espantam ao saber quais filmes dos anos 2000 eu assisti no cinema. Eu cheguei na mesma idade marcante de Jesus, quando ele deixou a casa dos pais e saiu a pregar a mensagem mais inusitada e revolucionária da história. Tem muitas coisas grandes que eu gostaria de fazer, mas não foi essa minha crise existencial, como imaginei que seria. Não me perguntei "o que tenho feito da minha vida", mas "quem eu me tornei?"

Curiosamente, há algumas semanas minha mãe tem me mandado fotos de quando eu era pequena porque ela acha que sou parecida com a Mimi. Eu olho pra baby Brunna das fotos e penso como ela era excelente, não havia nada de errado com ela. Infelizmente, desde muito pequena e até alguns dias atrás (realmente, só alguns dias), eu acreditava que eu era inadequada e vergonhosa. Sempre encantada com as pessoas ao meu redor, eu passei quase 30 anos incorporando características, hábitos e trejeitos de pessoas que eu admirava (um parente, um vizinho, um amigo, um professor, alguém da internet). Me distanciando o máximo que eu podia de mim mesma, que eu sempre acreditei ser a versão incompleta e defeituosa de mim. Sério, praticamente qualquer pessoa ao meu redor era melhor do que eu. Esse pensamento bobo me trouxe inseguranças enormes.

Agora que tenho uma filhinha e acredito que ela é a versão pequena de uma mulher maravilhosa criada por Deus, olho pra baby Brunna e percebo que aquela menininha era a versão pequena de uma mulher maravilhosa que Deus mesmo criou. Olho pra mim hoje, e me sinto confusa. O quão diferente eu sou da Brunna que eu teria sido, se desde a infância eu tivesse sido um pouquinho menos preocupada com o que pnsariam de mim.

Hoje, conversando com o Arthur, percebi que depois de tanto ouvir as pessoas falarem mal da minha família, eu tentei de todo jeito ser diferente deles. Percebi que o único defeito deles é, na verdade, o pecado. Pecados que eu e todas as pessoas que falam mal deles também carregam. Percebi que excluindo seus pecados, eu amo minha família e sua jeito alegre. Como me senti bobinha por ter desejado ser diferente deles. Em 30 anos de memórias, as que eu mais amo foram vividas ao lado deles. 

A versão da Brunna que eu adoraria ver é aquela em que as características boas que haviam no berço da minha familia (como a alegria, a inteligência, a determinação, a criatividade, a honestidade, a estudiosidade, o gosto pela arte, a ousadia) amadureceram. E que os pecados foram (de glória em glória) trabalhados. Espero que nos próximos anos eu deixe de lado a mania de querer esculpir minha personalidade imitando pessoas que admiro; e que eu permita que aquele que me criou, e escolheu minha família, teça o meu eu do jeito bonito que ele mesmo planejou.

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