Caderninho de papel reciclado


Descobri um jeito de fazer caderninho (que pode ser um zine) com uma única folha!!! É tão fácil que eu fiz na minha pausa de dez minutos do trabalho.

Ingredientes
• 1 folha de papel. Não precisa ter os dois lados em branco! 
• grampeador
• tesoura
• régua
• pedaço de cartolina para a capa
Modo de preparo
- Dobre a folha ao meio no lado maior
- Passe a régua pra criar uma vinca bem vincada (o segredo é a vinca!!)
- divida o papel na marca (com a mão mesmo) 


 - com as duas folhas, faça a mesma dobra, agora pela lado menor

- finalmente, dobre as quatro folhinhas ao meio (foque na vinca! o segredo é a vinca!)
- coloque uma dentro da outra e você terá o miolo do caderno
- Pegue uma das folinhas do miolo, abra e coloque na cartolina pra medir o tamanho da capa
- Faça a marcação e corte
* a capa pode ser de vários materiais, inclusive de papel normal, o segredo é o reaproveitamento!
- Dobre a cartolina que servirá de capa e faça a vinca com a régua (arrasa nessa vinca hein!)
- junte o miolo com a capa, bem na dobrinha do papel
- abra tudo, coloque um clipe pra dar uma segurada e grampeie bem na linha
Voilá!!!
Meu caderninho tem dois lados: uma pra eu anotar tudo que me vem na cabeça pra eu não esquecer, e outro com ideias para esse blog. Tem sido muito útil, porque ele cabe no bolso, ele é simples, ele é reciclado, ele foi feito a mão, ele tem amor, ele ocupa pouco espaço no mundo e guarda muitas ideias! Aqui tem um vídeo ensinando o mesmo, só que com um grampeador pequeno.

Esse formato também é ótimo pra fazer zines, quando eu testar darei a ideia :D 

Como se prepara um mingau de aveia

Essa receita é especial. Estou aqui imitando o Professor Krakovia, do filme Tempos de Paz (recomendadíssimo), que passa os últimos minutos de sua vida ensinando como se prepara um mingau que só se fazia na vila dele.

Tenho comido isso todos os dias porque quando eu chego de um longa jornada de trabalho e faculdade tudo o que quero é comer muito bem, e que isso preciso do mínimo esforço possível. Por isso, mingau.

Ingredientes
1 panelinha com cabo para auxiliar na mexida
1 colher de plástico que não faça barulho agoniante ao mexer
1 xícara de água da torneira
3 colheres de aveia (de qualquer tipo)
3 colheres de leite em pó
2 colheres de açúcar

Se você tiver leite líquido, dispense a água e o leite em pó né, óbvio. Essa receita também é vegana se usado o leite correto.

Como fazer
1 - Coloque tudo na panela e não precisa se preocupar se vai ficar empelotado, pois quando a água esquenta Tudo o que É Sólido Pode Derreter. 

2 - Ligue o fogo e vá mexendo constantemente. Sério, se parar queima rápido demais. Eu sou do time das pessoas que usa fogo alto. 

3 - Quando começar a ferver a mágica já deve ter acontecido: de repente virou mingau (como a Jout Jout bem observa nesse vídeo aqui). Mexa por mais três ou cinco minitinhos, depende da sua fome e paciência, para que ele fique mais grossinho.

4 - Está pronto. E esse mingau do proletariado é pra se comer na panela hein! Não me venha com a ideia estapafúrdia de colocar num pratinho que vai sujar mais louça desnecessariamente. Dicas: coma pelas beiradas; divida com a pessoa que você gosta, porque é sempre bom ter alguém pra dividirmos a comida. 
Edit: Na Capitolina tem uma receita mais elaborada: Mingau - Amor em forma de comida, por Dora Leroy, para Capitolina (10.jun.2016)

Bianken

Bianca Margarita Damin Tavolari é uma super estudiosa, graduada em direito e filosofia pela USP; mestre e doutora em direito pela USP e participante de muitas outras pesquisas incríveis sobre direito que me fazem lembrar muito da Ana Maria D'Ávila.
Ela também foi uma blogueira, blogueira raiz, please. Ela teve o Vesperis.net, que teve duas versões em 2003-2004 e depois em 2004-2005, antes teve o artificial-rain.net em 2002-2003. Ela também teve um fotolog showzíssimo, em 2003-2005. Uma adolescente na web, entre os 13 e 16 anos. Em todos esses sites ela fazia coisas incríveis: criava layouts geniais, publicava fotos da hora, escrevia diarinhos que poderiam ser livros e compartilhava fatos da vida dela com uma inteligência e autenticidade muito sutil.

Enquanto eu consigo lembrar pouco da minha adolescência (eu deveria ter escrito em mil diários!!!!!!!!!!!!!), eu consigo saber muito da vida da Bianca e de como foi ser uma adolescente paulista com internet. Os diarinhos digitais dela, que eu consigo acessar pelo Wayback Machine, são obras raras que eu adoro porque embora os dramas adolescentes sejam aparentemente comuns, a forma como ela os registrou é cheia de significado. E uma mulher tão incrível como é hoje, arrasando no grupo poderoso de mulheres na ciência, com certeza foi uma adolescente autêntica e muito inteligente.
A Bianca viveu o que a Lia chama de Época de Ouro dos blogs, em que a turma toda se conectava, criava layouts geniais, tirava fotos mega criativas e fazia um planetinha de html. Cada blog era como se fosse uma casa, um acesso a mente da pessoa, e os outros iam lá visitando, fazendo seus comentários bacanas e de repente todo mundo era amigo e se conhecia. Era comum todo mundo comentar como o layout era bonito, ou como o dono do blog era legal, porque, talvez, fosse legal curtir e elogiar a casa bacana das pessoas.
A Bianca também teve um adolescência legal de se observar não só por isso, mas porque ela era inteligente, falava alemão e inglês, estudava em uma escola alemã, lia livros a mil, viajava muito, se envolvia em projetos sociais, era super nerd (do jeito legal), escrevia bem de verdade com várias palavras rebuscadas, e tinha opinião pra tudo! Gente inteligente tem muita opinião.

Por essas e outras, que eu queria guardar o blog dela pra sempre em um livrinho digital, um pdf, um zine, o que quer que seja. Eu amo os anos 2000, amo a criatividade das pessoas pra aprender html sozinhas, pra criarem um mundo em que elas podiam se expressar. E amo blogs, e amo mulheres/meninas inteligentes que sempre tem opinião sobre tudo e querem saber fazer de tudo. Enquanto isso, fico um tempão caminhando pelos corredores digitais do Internet Archive como se fosse uma biblioteca, e os blogs fossem livros, andando de Wayback Machine pelos palácios vetorizados dos anos 2000.

Alguns layouts que ela fez:



p.s.: qualquer semelhança do meu blog com os lays dela, não é mera coincidência.