Lar, parte 2

No post anterior eu refletia sobre o que era essencial no lar. Eu escrevi basicamente sobre compartimentos e atividades que fazemos na nossa casa. Foi lendo o livro da Devi Titus que lembrei que existe algo ainda mais essencial na formação de um lar: os relacionamentos.

Todo mundo já ouviu dos pais a frase "é melhor aprender comigo do que com o mundo lá fora". As pessoas que não nos conhecem têm naturalmente uma desconfiança da gente, por não nos conhecer; e uma falta de afeto natural, porque não são próximas de nós. Fora de casa não é comum encontrarmos atenção, carinho e cuidado. Respeito, doçura, compreensão e amor são algumas das coisas que naturalmente esperamos receber em casa.

Minha filha acabou de nascer, há quase três meses. Mesmo tão pequena, muitas vezes o seu choro é consolado com um abraço, uma voz doce, um alimento dado com carinho, um banho relaxante, sorrisos... Qualquer ato desafetuaso a faz chorar ainda mais. Como alguém que acabou de chegar no mundo, ela deseja ser amada, e isso um bebê só encontra em casa. E é assim que a gente entende que essa nossa necessidade tão humana de receber afeto encontraremos naturalmente em casa.

É terrível o estrago causado por um casa ou família que não oferece isso, mas que nos trata tão mal ou pior do que as pessoas da rua. A falta de um afeto que vem do nosso lar nos desestabiliza, a ponto de procurarmos por isso nos lugares mais estranhos.

Sempre vejo vídeos sobre decorações de casa e arquitetura de mansões luxuosas que são o sonho de qualquer pessoa. Mas sem amor, esses prédios tão lindos nunca chegarão a se tornar um lar de verdade, nunca oferecerão o conforto e carinho que precisamos. Porque o que faz de um casa um lar é o amor.