Presentes

Chegou a época de comprar enlouquecidamente. Chegou a época de procurar enlouquecidamente ideias do que comprar para presentear. Antes de casar e mudar de país, minha família facilitava o processo de dar presentes com o amigo secreto. Aqui, eu não tenho como dar presente a todas as pessoas especiais pra mim, pois são muitas. Quando tinha 16 anos, tive a ideia de fazer meus próprios chocolatinhos natalinos e dar um pacotinho pra cada amigo ou familiar. Eu tinha achado a ideia genial, até descobrir que presentes feito à mão também são caros. No fim, não dei nada pra ninguém.

Percebi que presentes, aqueles que deixam qualquer pessoa alegre, ao que me parece, são caros: flores, joias, chocolates, bebidas, uma tábua de frios bem sofisticada.

Se eu for próxima da pessoa, pode ser que eu tenha mais detalhes do que ela gosta de verdade e consiga dar algo menos genérico. Perfumes podem ser um péssimo presente, mas se você sabe do que a pessoa realmente gosta, é algo maravilhoso de se ganhar! Um quadro bem bonito com uma foto especial da pessoa é outro presente lindo! Vi essa ideia no filme The Family Stone (2005) e até hoje estou sonhando em ter minha foto grávida num quadro belíssimo. Pra quem gosta de cozinhar, um ingrediente muito fino que vem em vidros minúsculos é tudo de bom, ela vai apreciar cada pedaço.

Agora, presentes ruins são: livros, roupas, quebra-cabeça, cadernos ou canetas, objetos de decoração, qualquer item engraçadinho e de material barato tipo plástico que é totalmente dispensável. Tem também os presentes que eu provavelmente não pensaria em dar, mas já vi que algumas pessoas amaram: jogos, pijamas, cobertores, um sweater (claramente essa lista é pra quem mora no frio...).

Presentes bons são inúteis, mas são lindos. São coisas que ocupam pouco ou nenhum espaço na vida da pessoa, caso ela não goste. São coisas que todo mundo aprecia, mas que por ser caro a gente raramente gasta com a gente. São coisas que têm um tom de preciosidade, que é raro, único ou buscado de muito longe. É um jeito simbólico de dizer "você merece o que há de mais precioso e estimado na terra!".